Estamos nos primeiros dias do “Ano da fé”, proclamado pelo Papa Bento XVI no dia 11 de outubro do ano 2012. Tempo propício para a reflexão, para o aprofundamento na decisão de ser Cristão na contemporaneidade. Esse movimento...essa proposta...traz esperança aos corações...levanta expectativas de vitórias do bem sobre o mal que assola o ser humano em tantas dimensões da vida.
O mistério do mal...fonte de tantos sofrimentos...não há como viver sem olhar “cara a cara” para o mal que ronda a vida da gente de “quando em vez”. É só assistir os telejornais, ler os jornais do dia...aí estará o mal com sua “cara lavada”! Ninguém está livre dele. Ele é fato...é argumento para os ateus discursarem sobre a não existência do Criador...é assunto nas rodas de fofocas...é motivo de reclamações sem fim...é fonte das dores mais profundas...é coisa que não se resolve num passe de mágica! Não é possível dar uma resposta rápida e satisfatória para a complexidade das “situações conseqüências” do mal que a vida tem.
Vivemos e convivemos com dramas do cotidiano: a população de rua, a fome, a miséria, as guerras, a violência, as doenças, a corrupção, os conflitos dentro das famílias, a ambição desmedida, a indiferença, o esvaziamento dos valores humanos, a desvalorização da vida, dentre tantas outras possibilidades de “infelicidades”. Diante disso tudo uma outra coisa é certa: não podemos nos acostumar com o mal!! Precisamos nos perguntar: qual a resposta para o mistério do mal que me aflige de forma certeira? Eu preciso de uma resposta, caso contrário minha vida perde o sentido!!
Devemos remar contra essa maré...precisamos “agüentar firme”...precisamos acreditar que ainda existe o bem...precisamos conjugar o verbo “esperançar”...precisamos ter fé!!Mas como encontrar espaço para a fé em um mundo tão desconstruído pelo mal e pela descrença? Temos que mergulhar nas profundezas do mistério dessa tal “Senhora Fé”!!
Pedro, em sua primeira epístola, versículo 6, diz a cada um de nós, homens e mulheres dos tempos modernos: “Sem terdes visto o Senhor, vós o amais. Sem que agora o estejais vendo, credes nele. Isto será para vós fonte de alegria inefável e gloriosa”...essa é a verdade que move a minha vida. Somos os “felizes e bem aventurados” que, não conhecendo o Cristo, O amamos com um amor sem medidas e isso é motivo de alegria sem fim.
Esse é o mistério da fé de quem é Cristão de verdade, com o sangue de Cristo correndo nas veias! Afinal, não O vimos, não O tocamos, muitas vezes não temos respostas concretas para as nossas indecisões, mas, simplesmente, acreditamos com uma alegria que não tem explicações razoáveis.
A fé nos faz crianças de novo...criança, cuja pureza tira um bem maior do mal que aflige o coração...criança que sabe esperar com esperança. Entendemos, pela fé, cada dia mais, que o tempo da espera do tempo de Deus é, por vezes, demoradinho mesmo! No barulho dos sofrimentos, Deus nos dá poucas respostas e muitos questionamentos. O nosso Pai gosta de nos deixar cheios de perguntas que nos formam e nos transformam. Depois, Ele nos fala aquilo que precisamos...o que, muitas vezes, não é bem aquilo que gostaríamos de ouvir.
Pela fé e diante do mal, nos colocamos fervorosamente a caminhar...damos um passo a cada dia...elevamos o nosso clamor a Deus e, então, esperamos...esperamos o tempo de Deus se completar, pois na finitude do que somos...na fragilidade da nossa humanidade imperfeita, existe uma fagulha de eternidade que nos impulsiona a viver o mistério dessa fé.
Pela fé podemos sentir o sabor da eternidade em nossas bocas...podemos transcender o olhar para além dos males e vislumbrar o bem que a vida tem. O mal está aí e vai continuar...porém, pela fé podemos ser a resposta para o mundo que sofre. Eu creio!! E você??
