domingo, 12 de abril de 2009

QUAL SERÁ A NOSSA OBRA?



O século XXI chegou com um nível de exigências altíssimo. O mundo precisa da nossa capacidade intelectual, emocional, da nossa competência técnica, científica, entre outras possibilidades. Porém, como disse Cortella (2008), cada vez mais eu me convenço de que estamos vivendo a era da síndrome do possível, do “faço o que posso”. Passamos os dias afirmando e reafirmando que fazemos o que podemos. Vivemos nos limitando ao possível, evitando qualquer tipo de esforço considerado desnecessário.
Não mais nos lembramos dos nossos dons e talentos, marcas registradas em nossas vidas, que podem e devem ser colocadas a serviço do desenvolvimento e evolução da nossa espécie, da nossa humanidade.
Eu venho pensando sobre as conseqüências dessa síndrome...venho refletindo sobre os malefícios que vem trazendo ao nosso cotidiano. Na verdade, esse fato vem me assombrando por demais e a cada dia tenho mais certeza de que essa é uma forma de justificar nossas incompetências.
Quando falo que “faço o que posso” é porque, na maioria das vezes, nem quero saber como posso fazer diferente...me fecho às novas possibilidades e não estou disponível a fazer melhor.
Além disso, vivemos outros agravantes. Imagine um copo de água metade cheio e metade vazio. Quantas vezes olhamos para esse copo e vislumbramos somente aquilo que está faltando, focamos as dificuldades e sobrevalorizamos as falhas...falhas nos outros, nas circunstâncias e até em nós mesmos. Essa é uma estratégia equivocada, errada!!!
Necessitamos mudar o foco!! Precisamos olhar a metade que está cheia e verificar, com todo o cuidado, quais os potenciais e capacidades de resolução que uma determinada situação nos apresenta.
Para isso, precisamos nos livrar das velhas amarras!!! Não será necessário um ato heróico, nada de extraordinário tem que ser feito. Comecemos pelas coisas simples, porque é no trivial, no comum do nosso dia a dia que as mudanças podem ser gestadas.
A partir das nossas pequenas escolhas, das nossas pequenas gentilezas...a partir da miudeza dos gestos e olhares cuidadosos é que podemos dar a luz ao movimento que restaura, que cria e recria as possibilidades de um outro mundo possível. Eu acredito nisso!!!
Só precisamos aprender “olhar devagar”, sair da mesmice dos nossos cansaços diários e buscar um novo olhar sobre cada pessoa, cada tarefa e desafio.


“Você quer transformar o mundo? Comece lavando os pratos de sua casa!!” (autor desconhecido)

Eu insisto: não precisamos do extraordinário...o ordinário nos basta! É na simplicidade do compromisso, no trabalho realizado com responsabilidade, no talento disponível e no sorriso cotidiano que encontramos o reencantamento suficiente e necessário para fazer a vida melhor!
A proposta e a pergunta que fica é: vamos fazer juntos?!! Porque juntos somos mais...mais fortes, mais intensos, mais completos. E é na completude, nos complementos daqueles que são tão diferentes, que está a graça de viver!!


Afinal...pensa nisso: qual será a nossa obra????


Abraços


Fátima Regina