domingo, 13 de fevereiro de 2011

O ATEÍSMO SOB A ÓTICA DE QUEM TEM FÉ...


Quando encontro alguém que se autodenomina ateu, minha alma se entristece e, no meu silêncio, questiono: como pode essa pessoa viver sem a mão do nosso bom Pai conduzindo suas escolhas? Como será que lida com suas angústias e aflições cotidianas? Penso: a “autonomia” dessa criatura não deve ser “saudável”...não pode trazer bem-estar ou alegria...ou qualquer tipo de sentimento benéfico. Tenho a sensação de que muita amargura caminha lado a lado na história dessa vida.
Interessante pensar que a maioria dos ateus convictos da minha “roda de conversas” (seja virtual ou não) é gente “intelectualmente abastada”, com uma capacidade de articular as palavras de forma bastante eloqüente. Já conheci “ateu gente boa” e também “ateu gente chata”...daquele tipo que quer te “conventer” e te convencer a entrar para o grupo.
Outro aspecto curioso de se refletir é que todo ateu é meio “fundamentalista”, isto é, ele milita com fúria anti-religiosa contra “algo” que diz não existir...parece contraditório, não é mesmo?
Por outro lado, você quer um “prato cheio” para o deleite do pensamento ateísta? Troque idéias sobre as tragédias ligadas à “ira da mãe natureza”, que acontecem com uma freqüência assustadora nos últimos anos. Os argumentos racionais, lógicos e pós-modernos de quem se intitula descrente de qualquer poder sobrenatural passa, SEMPRE, pelas mesmas perguntas: “Como Deus pode existir e deixar tanta coisa ruim acontecer no mundo? Por que Ele privilegiaria somente algumas pessoas e deixaria outras no sofrimento???”
Sabe o que mais me preocupa nesse contexto dramático? É muito comum ouvir depoimentos daqueles que sobreviveram a esses flagelos...gente que se intitula “religioso temente a Deus” ...gente que proclama em alto e bom tom: “Foi Deus que livrou a mim e a minha família”. Na verdade, não dá pra argumentar a favor de uma atitude tão pequena e individualista...uma fala distorcida que traz à tona a imagem de um Deus que ama alguns filhos mais que outros...um Deus carrancudo e castigador.
Sou cristã convicta, mas acredito que, nesses equívocos dos cristãos da modernidade, encontramos um ponto de fortalecimento para o movimento do ateísmo. Também existe o perigo de nos tornarmos “cristãos triunfalistas”, esquecendo que para alcançar as vitórias precisamos lutar...necessitamos viver, em alguns momentos, os dissabores da vida para, então, saborear o doce gostinho da paz. Esse fato nos coloca em uma frágil posição e é nessas ocasiões de amarguras que qualquer ateu pode “converter” ou, no mínimo, confundir nossos pensamentos.
Diante dessas constatações, eu continuo na minha melancolia...sigo na minha tristeza, contemplando essa gente distante do coração de Deus...observando os desacertos humanos que levam a lugar nenhum! E agora, sem a pretensão de “converter ou convencer” os ateus de plantão, vou falar o que penso...
Sei que o homem é livre para escolher entre o bem e o mal...entre o certo e o errado. Sei que ele foi criado à imagem e semelhança de um Deus maravilhoso! Compreendo e sinto que esse Deus é bom Pai...bom amigo...parceiro fiel na escritura da história da humanidade. Mas também entendo que Deus não é um ilusionista, nos privilegiando com inúmeros, extraordinários e contínuos milagres que “remendam” os nossos erros diários. Não nego o poder de Deus...não é isso...só acredito que Deus não tem que provar que é Deus para mim, nem para ninguém!
Deus não tem que consertar os nossos equívocos...isso é fato!!
Cada encosta que desliza e traz a destruição de vidas inocentes é resultado dos deslizes humanos cometidos em pequenas e grandes proporções no decorrer de um tempo cronológico que não perdoa. A falta de cuidado e a negligência humana estão destruindo o equilíbrio da mãe Terra!! Todos esses flagelos são, nada mais, nada menos que o efeito do desmazelo do ser humano, praticado a partir do livre arbítrio de cada um.
Escolhas erradas...tristes consequências...
Somos livres...isso é fato...faz parte do projeto do Criador de todas as coisas. No entanto, não podemos confundir essa liberdade com a independência da vontade de quem nos criou. Acho que nos atrapalhamos na seleção dos caminhos e isso vem nos colocando em meio ao verdadeiro caos. A infelicidade humana não é projeto divino...é fruto da nossa teimosia em viver longe dos sonhos de Deus, em insistir fazer as coisas do nosso jeito...é consequência do grito de independência do que Ele quer para nossas vidas.
André Torres Queiruga nos fala sabiamente: ”Faz-se necessária uma inversão no modo de conceber e vivenciar a relação de Deus com o homem: levar a sério a absoluta primazia de Deus que nos criou e continua nos criando por amor, única e exclusivamente por amor”. Não é verdade, afirma Queiruga, que “'Deus esteja no céu e tu na terra. Deus está sempre aqui, entre nós: no homem e na mulher, na terra e na história”.
É nisso que eu acredito! Deus presente em mim, em você, em nós...presente no sorriso que eu deixo estampar em meus lábios para fazer o dia mais bonito...para aliviar as tensões que se fazem presentes no cotidiano da nossa peregrinação por este mundão. Cada vez mais eu me convenço de que a mais doce e bela religião do mundo tem um nome pequenino, intenso...e se chama AMOR!!
É nesse Deus Amor que eu creio com todo a força de minha pequena alma!
Creio em Deus Pai todo poderoso...Pai que me faz sonhar com as possibilidades de uma vida de paz. Na Sua infinita sabedoria, me mostra que é amigo e enxerga com profundidade as minhas limitações. Um Deus que aceita meus erros, defeitos...me dá novas chances e quer compartilhar minhas dores e alegrias.
Ateísmo, descrença, incredulidade, para quê???? Isso só traz amargor!!
Só tem um jeito de alcançar a doçura da felicidade e a plenitude na passagem tão breve, reservada a cada um de nós: busque, com todas as forças do seu coração, por uma fé transbordante! Uma fé que te faça acreditar em um Deus que te abraça gostoso, todos os dias, e te convida a espalhar o Seu sorriso de Pai pelos caminhos da vida!

Fiquem com Deus!!
Abraços fraternos!
Fátima Regina