segunda-feira, 21 de setembro de 2009

VOCÊ FAZ A DIFERENÇA OU A INDIFERENÇA?


Eu vejo, a cada dia, as pessoas se recolhendo em seus próprios egos, na busca de uma realização, a qual o mundo chama de felicidade e que vem me causando estranheza...busca repleta de ansiedades e desarranjos. Mas que felicidade é esta??????? Felicidade que sempre me coloca à frente do outro, porque prover os meus desejos é essencial...felicidade que me faz excluir o respeito pelas necessidades do outro, porque as minhas prioridades são continuamente mais importantes!!
O que está valendo é ser feliz, “realizado”, não importa quais as estratégias que vamos usar...não importa se vamos “arruinar” os projetos e sonhos dos que nos cercam...é a regra do “tô nem aí”.
A linha de pensamento do ser humano pós-moderno, em seu cego individualismo, traz alguns questionamentos e constatações:
Para que saber o que você precisa? Eu posso ter que desacomodar da minha insana rotina e isso é chato! Para que silenciar quando você fala, afinal o que eu tenho pra falar é muito mais importante!! Para que me importar com o seu problema? EU NADA TENHO A VER COM SUA VIDA!! É “cada um no seu quadrado” MESMO!!
E, para piorar a situação, o homem segue ruminando: Meu tempo vale “ouro” e eu, DEFINITIVAMENTE, NÃO TENHO TEMPO PARA PERDER COM VOCÊ! Eu vivo junto a você...porque é preciso ser assim...mas não estou COM VOCÊ!
No nosso dia a dia, quantas vezes esbarramos nas pessoas e perguntamos: tudo bem? Não que isso nos interesse verdadeiramente...não nos importamos se está bem ou mal...é algo mecânico, sem sentido real. Deixamos de nos importar uns com os outros...estamos fazendo a indiferença nesse mundo...isso me assusta!
Fui buscar o sentido da palavra indiferença e encontrei: “agir com frieza para com o assunto ou pessoa em questão. Mostrar um certo descaso para qualquer que seja o assunto”. Indiferença que revela um sentimento mórbido, que traz a morte em pequenas doses. Palavra que expõe o nosso descuidado, desinteresse, abandono...mostra a nossa apatia, negligência, imprudência. Parece que fica faltando um pedaço da vida e do amor que teria que ser vivido, mas que não se plenificou...por que será?
Eu venho pensando muito sobre uma frase de Leonardo Boff “o oposto do amor não é o ódio...o oposto do amor se chama indiferença”. Acho que este grande pensador dos nossos tempos acertou...essa é uma constatação real e com consequências presentes de forma tão crua em nossas histórias.
Cada dia mais eu me convenço de que essa é a raiz de toda depressão, a origem de tanta tristeza acumulada nas mentes humanas. É a causa dos tantos vícios, que são, nada mais, do que tentativas equivocadas de anestesiar a dor e buscar a superação das carências provocadas pelo verme da indiferença que consome o que temos de melhor, feito um parasita das nossas almas.
A alma humana está abatida...estamos sós...tristemente sós, distantes, contraditoriamente isolados no meio da multidão!
Na rotina das nossas vidas a solidão pode ser sentida no seio da família, no ambiente de trabalho, dentro de uma sala repleta de pessoas. É assim que caminha a humanidade, atropelando o verdadeiro sentido de ser gente. E, nesse caminho, tenho a mais plena certeza de que viemos para fazer a diferença e NÃO a indiferença. Precisamos aprender mais sobre isso. Confesso que não tenho respostas...na verdade tenho muitas perguntas a fazer para mim e para você...quem sabe encontraremos algo inesperado nessas reflexões, afinal...
O que mais importa nessa vida?
Quais são os nossos sonhos? Serão sonhos sonhados sozinhos ou sonhos compartilhados?
Quais são os nossos dons e talentos e o que isso poderá acrescentar ao mundo?
Qual a história que estamos escrevendo? Será uma história de crescimento, ânimo e vitalidade ou uma historinha miúda, limitada e com significados irrelevantes?

A HISTÓRIA QUE ESCREVEMOS FAZ A DIFERENÇA OU A INDIFERENÇA???

Acaso pudéssemos definir o sabor da indiferença seria algo assim: sensação amarga, por vezes, e insossa, insípida, por outras. E como mudar isso na nossa história? Percebo que, nas pequenas diferenças que fazemos na vida das pessoas que passam por nós, há uma possibilidade real de transformação.
Vamos pensar juntos: por que será que alguém nos ama? Simplesmente porque colocamos sabor em suas vidas: uma pitada de sal, tornando saboroso aquilo que era “sem graça” ou, quem sabe, um bocado de açúcar, transformando em doce aquilo que estava amargando e fazendo tanto mal.
Por que será que nós amamos alguém? Amamos aqueles que fazem a diferença em nossas vidas...aqueles que nos emprestam o seu tempo e seus ouvidos quando precisamos falar...nos cedem os seus olhos quando estamos cegos e limitados diante dos problemas e nos levam para além de qualquer limite.
Precisamos uns dos outros...isso é uma questão de SOBREVIVÊNCIA...necessitamos do cuidado que acolhe o que em nós é tão frágil e, pela força dos que fazem a diferença em nossa história, nos mostra que tudo pode ser mais bonito!
Acho que é isso...a regra do “tô nem aí” tem que ser transformada em “tô nessa”...estou com você nesse caminho...acho que é isso que Deus quer de cada um de nós...


Fiquem com o meu abraço que pode fazer a diferença!!


Fátima Regina